Para essa edição do evento, Diego trabalhou com camadas e mais camadas de tules, a fim de chegar em um resultado ótico incrível, fruto de muito estudo têxtil e visual por parte do criador e em parceria com o artista Victor Fidelis. Intitulada “Brisas do Sul“, a estampa foi uma das trabalhadas na coleção “Órbita”. O desenho, que foi desenvolvido manualmente, representa “a interação entre corpos pretos”, como próprio Diego declarou.
Cada uma das camadas de tule tinha nela a mesma estampa, porém, cada uma delas com uma cor primária do padrão CMYK: ciano, magenta, amarelo e preto. A ideia – muito bem pensada e executada, por sinal – era, além de mostrar a maneira como corpos interagem, os encontros, desencontros, presenças e ausências dos mesmos. Ao sobrepor as camadas de tules estampados e coloridos, novas cores e formas se manifestam de maneiras diferentes, ao ponto de criar efeitos holográficos no olhar de cada espectador. Assim, cada pessoa que olha para o vestido pode ter uma percepção diferente. Uma alusão aos encontros que modificam corpos e criam novas realidades quando juntos.
Diego sempre nos surpreende com suas técnicas e nos emociona com seus discursos cheios de luta e poesia. Parabéns, Diego!