Descubra como o sagrado feminino inspirou a busca espiritual no tema Mística do Inverno 20 Texprima
Vivemos em uma era caracterizada pela superexposição e em que nossa percepção de mundo acaba limitada a algoritmos e imagens publicadas em redes sociais. Uma sociedade do espetáculo, em que o diálogo entre os indivíduos é hiper superficial, provocou um desgaste coletivo e uma fragilidade nas relações interpessoais. Como reação à essa “realidade” instagramável, que resume a existência humana à previsibilidade das telas, surge o desejo de espontaneidade e profundidade que levam a retomada de rituais que permitem uma conexão com outras dimensões.
Em um abraço à espiritualidade, as forças relacionadas ao culto e entendimento do sagrado feminino abrem espaço para o resgate de práticas ancestrais. Cultos relacionados à elementos da natureza, envolvidos em uma aura mística de liberação espiritual combinam racional e irracional e atraem cada vez mais pessoas.
Essa reação à superficialidade é descrita pelo psiquiatra Carl G. Jung como uma tarefa que deve ser exercida pela psicologia no futuro: estudar determinantes espirituais do processo psíquico. Desta forma o descobrimento de caminhos que abracem a espiritualidade, as forças relacionadas ao culto e entendimento do sagrado feminino abrem cada vez mais espaço para o resgate de práticas ancestrais.
A cultura Celta, com druidas e sacerdotisas que honravam o sagrado feminino através da figura feminina de uma mãe terra, inspiram formas lânguidas, transparências e fluidez. A luminosidade intensa da lua propõe o uso de branco envelhecido que contrastam radicalmente ao breu noturno.
Trajes cerimoniais ressaltam a preparação do corpo para as práticas rituais e inspiram volumes e drapeados em saias e mangas. Enquanto isso, objetos ritualísticos, vistosos e ornamentais, inspiram brilhos acetinados e acobreados, metais escovados e formas esféricas inspiradas na lua. São esses contornos que permeiam rituais de consagração das potencialidades femininas, do sagrado feminino, de mitos e arquétipos da mulher selvagem.
Os elementos simbólicos trazem unidade do corpo com o espírito se tornando amuletos nessa busca por conexão. O vermelho sagrado, acentos de roxos misteriosos e tons noturnos acobreados evocam um loungewear lânguido através de acetinados fluidos. Essa atmosfera blasé bebe também dos mistérios da Índia e da magia do espiritismo propondo um dandismo esotérico envolto em turbantes, totens e amuletos.
O streetwear ganha contornos místicos através de lettering inspirados em mandalas e runas de civilizações extintas, que estampam moletons e t-shirts em shape de túnicas.
Cavaleiros urbanos ganham contornos das lendas arturianas através de materiais inspirados nas texturas metálicas de armaduras, cotas de malha e espadas medievais.
Encontrar o silêncio interno em uma atmosfera mística evocada pelos tons de vermelho e rosa profundo, as sensações e pensamentos enriquecidos pelo bronze e toques de bege e dourado nos levam ao encontro das forças positivas e simbólicas, tecendo espiritualidade na retomada de uma nova luz essencial.
