Veja como protestos performáticos e a estética de festival inspiraram nosso tema Extravaganza neste Inverno 20
Mudanças sociais são processos lentos e constantes que transformam o ambiente e direcionam o comportamento que virá. Imersos na globalização e no alcance das mídias sociais, os jovens são instrumentos de transformação para o entendimento de uma cultura cada vez mais híbrida e inclusiva.
“O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou sistemas de dominação, mas aquilo porque, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar”. (Michael Foucault)
Um levante intelectual e performático entende o corpo como instrumento de revolução usando-o como tela de manifestações potentes que dão voz a causas individuais e coletivas, contribuindo para a evolução da humanidade e na mudança de comportamentos sistêmicos.
O ativismo performático questiona direitos ambientais e de minorias com criatividade. O vestir como exercício simbólico se submete através de materiais extravagantes, com cores intensas e neons, além de lurex e foils que trazem a luz àquilo que se deseja comunicar de uma forma divertida e eficaz.
“E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”.
(Friedrich Nietzsche)
Uma corrente se forma frente a um oportuno conservadorismo que insiste em criar ambientes onde o cerceamento de direitos, opressão a liberdade das minorias, a negação dos desgastes ambientais causados pelo mau uso dos recursos naturais e o revisionismo histórico que colocam em atrito as conquistas por um mundo onde a percepção do outro se torna cada vez mais empática e agregadora.
O protesto se torna físico a partir da hiper expressão em que o corpo é levado ao limite através da dança e da performance. Inspirado no teatro, materiais assumem um tom dramático através de acabamentos acetinados e aveludados.
Na contramão, temos uma subcultura onde a alegria e autenticidade são celebradas em festivais e raves ao ar livre com duração de dias inteiros, transbordando personalidade e extravagância em paetês coloridos e tecidos acetinados. Superfícies espelhadas e metalizadas, como foil e vinil, recriam a atmosfera clubber, típica dos anos 90.
Na estamparia, tons ácidos e elétricos contrastam com cores noturnas e densas em padronagens que vão de florais desenhados a mão a geométricos 3D com efeitos de ilusão óptica.