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Voo#2 – O inspirador centro histórico de Paraty

Três portas azuis.

A chegada nas ruas de Paraty não é das mais fáceis: veículos motorizados não são bem vindos nas ruas de pedras que cortam o centro histórico. Por isso, um tênis confortável e uma bagagem que caiba nas mãos são indispensáveis para os dias na cidade.

Logo nos primeiros passeios pela região a saudade do carro se vai e as andanças começam a compensar. São inúmeras lojas de artesanato, ateliês, restaurantes típicos – com direito ao clássico Jorge Amado, uma bebida indispensável no roteiro gastronômico da cidade – e uma arquitetura que desperta curiosidade com formas e tons que fazem até os dias chuvosos ganharem cor.

Entre tantas histórias marcadas nos pilares que compõe a cidade, algumas são impossíveis de não serem contadas. A de Dalcir Ramiro, por exemplo, está na ponta da língua dos apreciadores das artes locais. Além de ganhar o título de ceramista mais conhecido de Paraty, Dalcir conta com brilho nos olhos como começou seu trabalho: “aprendi a técnica indígena de produção em argila com paneleiras em Cunha, desde então nunca parei. Trouxe a arte para Paraty e incentivei a formação de novos profissionais da área”. Basta uma rápida olhada em seu ateliê para notar a forte influencia do cubismo em sua arte; as grandes estruturas feitas em cerâmica presentes no seu espaço possuem formas inusitadas e inovadoras características do segmento.

Darcir, artesão que produz em argila uma técnica indígena.
Marisa Bidone

Mas engana-se quem pensa que a moda não tem seu espaço consagrado na cidade. Marisa Bidone, que está há mais de 20 anos no mercado, faz joias de cerâmica com um design único. “Não gosto de trabalhar com tendências, sigo meu feeling e meu estilo na hora de criar e escolher as cores das peças”, conta. Cores que, diga-se de passagem, merecem um destaque especial por serem tão vivas e capazes de completar qualquer produção com bossa.

Outro nome que merece destaque entre os talentos da cidade está Patrícia Gibrail, dona de um dos ateliês mais coloridos do centro histórico. Ela, que já trabalhou com estamparia e hoje se dedica aos quadros, conta que seu processo criativo se inicia nas cores, e só então pensa nas formas – quase sempre geométricas, formando desenhos com traços únicos.

Ainda nas proximidades é possível conhecer a Casa de Cultura de Paraty,  que oferece um rico acervo de artes locais que buscam retratar a rotina paratiense, com ótima curadoria e peças que enchem os olhos. E, para finalizar a estadia, é possível também fazer um passeio turístico gratuito, com direito a histórias relevantes sobre a cidade e que farão os visitantes enxergarem Paraty com outros olhos.

Vista de cima da cidade.
Para dar um gostinho…

Você sabia que Paraty é uma cidade com forte influencia maçônica e, por isso, foi formada originalmente por 33 quarteirões e até hoje possui esquinas com três pilares de pedra lavrada e inúmeras casas com as cores branca e azul? Os símbolos maçônicos dominam as casas e igrejas da cidade. Viu por que é bacana fazer um tour e conhecer os detalhes escondidos do local? 😉

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