Rafaella Caniello, diretora criativa e fundadora da Neriage, apresentou no sábado, 9 de agosto, no pátio do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, sua coleção Coleção 12, “Autobiografia” que levou para a passarela uma reflexão intensa sobre identidade, tempo e a potência das emoções. Inspirada no livro Autobiografia do Vermelho, de Anne Carson. No universo de Carson o vermelho deixa de ser apenas cor para se tornar linguagem, um tom que fala de desejo e vulnerabilidade, de beleza e dor.
Em “Autobiografia”, a cor é protagonista, conduzindo a narrativa e provocando interpretações abertas, como uma obra de arte que se permite ser lida de múltiplas formas.
O vermelho é, aqui, a síntese do auge das emoções, o ponto de encontro entre vivências pessoais e referências literárias. Por isso, a marca sempre busca relacionar seus desfiles ao trabalho de um artista e, nesta coleção, a escolha recaiu sobre Regina Parra, cuja força e complexidade biográfica ecoam o espírito da proposta e dialogam com a intensidade do vermelho que guia toda a narrativa.
Inspirada pelas ideias de Schopenhauer sobre a relação entre matéria e arte, a Neriage constrói modelagens que questionam o limite entre o técnico e o poético. As peças transitam entre o estruturado e o fluido, explorando assimetrias, recortes, pregas e volumes que dão movimento e liberdade ao corpo. O caimento revela uma alfaiataria desconstruída, onde o acabamento perfeito convive com superfícies que remetem ao desgaste e ao tempo de uso, em um diálogo entre o que é novo e o que carrega marcas de história.
Coleção Neriage com Tecidos Texprima
Nesta coleção, os tecidos da Texprima atuam como matéria-prima essencial para transformar conceito em experiência sensorial. Base como a Malha Plissê entrega movimento e fluidez, enquanto em superfícies mais sofisticadas o Crepe B&W 2 traz textura e sustentação às peças de alfaiataria desconstruída.

A cartela acompanha o gradiente do vermelho, do rubi intenso ao bordô profundo, permitindo transições cromáticas sutis que reforçam o storytelling. As texturas variam entre superfícies lisas, que potencializam a pureza da cor, e relevos delicados, que evocam o desgaste poético do tempo. Além do impacto visual, a parceria explora o toque e a performance, com caimento preciso e resistência e que garantem que cada peça acompanhe o corpo com naturalidade, sem perder força estética.
“Autobiografia” é também uma metáfora para o ciclo de vida das peças: como nascemos, crescemos, nos transformamos e, inevitavelmente, nos desgastamos. Há beleza nos remendos, nas marcas do tempo e no caráter único que só o uso pode dar. Neriage questiona a lógica do consumo rápido, contrapondo o efêmero da moda descartável à permanência emocional de peças que carregam histórias. A coleção propõe um olhar mais atento para o que vestimos, não apenas pelo valor material, mas pelo significado que atribuímos a cada criação. Afinal, qual é a diferença entre a nossa própria biografia e a da roupa que usamos? Talvez, nenhuma.
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Por Bruna costa