Quebrando com a tradição de trabalhar com estações e coleções longas, Célio apostou em um novo formato para o lançamento, que foi todo produzido antes dos primeiros casos surgirem no Brasil. “Acabou que fomos pegos de surpresa. A gente, de fato, tava com tudo novo e tudo pronto só esperando o calendário de lançamento. A gente dividiu em três cápsulas e a gente manteve a entrada, entendendo como vai ser o futuro daqui pra frente”, conta.
O destaque da coleção está nas técnicas artesanais utilizadas pra dar um toque todo especial. Célio trabalhou com tingimento feito manualmente em algumas peças. “A gente só trabalhou com tingimento em tecidos naturais, mais precisamente em linho, viscose e seda. E é justamente o ponto onde eu entendo que o produto mais cresce. Até existe tingimento em tecidos tecnológicos, mas o tecido natural se encaixa melhor nessa técnica que é tão preciosa. Eu valorizo muito o que é feito à mão”.
Sobre a situação atual, já que ele lida com uma nova coleção junto com a quarentena, ele explica que não há um aproveitamento total da coleção porque os pontos de venda são muito importantes pra colocar os produtos direto pro público. Mas, ao mesmo tempo, a aposta de uma produção em pequena escala foi um bom caminho a seguir. “A ideia que eu propus entrando com cápsulas, ou drops, já é algo de mudança. Com a pandemia agora eu consegui enxergar que isso é um caminho saudável pra gente que é pequeno, do que apostar numa hiper coleção”, explica.
Por fim, Célio compartilha: “A gente não sabe muito bem como vai ser o futuro, é muito complexo a gente falar o que vai acontecer, o que não vai acontecer, como eu tô projetando. Acho que a gente tem que entender a mudança e a gente tem que viver conforme a mudança. Alguma coisa de fato precisa ser feito”.