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Voo#3 – as hortas urbanas como fonte de inspiração da moda

Ocupar-se de um espaço é, além de um ato de resistência, uma tendência que anda motivando e inspirando as relações entre as pessoas e seus modos de consumir alimentos, cultura, arte e moda. Em São Paulo, cidade escolhida para o terceiro voo do Primavista, os muros cinzas começam a ser contestados e passam a dividir espaço com a riqueza das cores, aromas e sabores das hortas urbanas.

Ainda pode soar estranho aos ouvidos de quem passa todo dia entre os grandes prédios que permeiam a cidade, mas o movimento já é uma realidade na rotina dos chamados “hortelões urbanos”, que de todas as classes sociais, profissões e idades, erguem as mangas e fazem uma São Paulo mais saudável e bucólica acontecer.

O roteiro é abrangente: em todas as zonas da cidade é possível encontrar um cantinho verde dividindo espaço com os arranha-céus e lutando, com ajuda de coletivos engajados, para sobreviver em meio ao caos. Em alguns, é possível até se esquecer que estamos na Terra da Garoa. Em outros, os sons de carros, máquinas e construções ao redor não te deixam esquecer que você está, naquele momento, tendo uma das experiências mais privilegiadas que um morador de cidade grande pode ter. Afinal, saborear um suco de maracujá, couve e limão, todos colhidos na hora e livre de agrotóxicos, é parte de algo raro e verdadeiramente transformador.

Sem contar que o ambiente, por si só, promove uma mudança interna, como explica a gestora ambiental Gabriella Furtado: “A relação com a natureza é muito benéfica para a saúde emocional e psíquica, pois cuidar de uma horta é extremamente relaxante e terapêutico, principalmente quando feito coletivamente”.

Primavista | Voo#3
Primavista | Voo#3 | Hortas Urbanas

Mas e a moda no meio de tudo isso?

Sair da zona de conforto e receber como provocação a busca por inspirações não é tarefa fácil. É preciso despir-se dos conceitos que a metrópole, sempre tão rápida e intensa, inclui em nossos dias para só então entender que o ritmo ali é outro, mesmo estando no meio de São Paulo. Reduza a velocidade do pensamento, refine seu olfato e prepare seus olhos: você está prestes a descobrir novas texturas e tons que prometem dançar juntas até se transformarem em um novo tecido, em uma nova estampa e especialmente em uma nova forma de criar!

A gama de cores encanta pela imperfeição: uma folha que nunca é exatamente igual a outra, o solo macio que muda de cor de acordo com a incidência do sol e as flores que embelezam entre um alimento plantado e outro, mostram como as nuances podem juntas formar uma cartela de cor inusitada, fora do óbvio e que nenhuma passarela internacional poderia nos entregar com tanta riqueza de detalhes. Até mesmo diante das ferramentas de jardinagem jogadas pelas hortas é possível construir histórias para serem contadas, já que quando iluminadas ganham um brilho encantador.

A sinfonia de aromas quase pode ser ouvida. Alecrins e coentros cantam sobre a lembrança do tempero saboroso da vovó. Enquanto as flores Onze Horas completam a sinfonia com o presente afetuoso que recebeu de seu avô no primeiro jantar em sua casa. Como não desejar, neste instante, um vestido floral que transparecesse a orquestra que é sentir cheiros tão aconchegantes?

É importante que nossos tecidos te contem essa história. Por onde passamos, o que sentimos e onde queremos chegar.

Primavista | Voo#3 | Hortas Urbanas

E você, onde quer chegar com a sua criação?

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