Texprima Explora: Pinacoteca

Duas paredes robustas em alvenaria de tijolos de barro com aspecto descascado e efeito de ruínas, com duas janelas de abertura vertical vazadas.
Visitamos de pertinho o museu mais antigo de São Paulo: a Pinacoteca. Vem saber o que está rolando por lá!

Fundada em 1905, a Pinacoteca é o museu de arte mais antigo da cidade de São Paulo e recebe aproximadamente 500 mil visitantes por ano. Já deu para perceber que o espaço não é pouca coisa, né?!

Principais Obras do Acervo da Pinacoteca

Atualmente, a Pina, dividida em 3 andares, conta com um enorme acervo com mais de 11 mil peças, entre elas obras de Anita Malfatti, Lygia Clark, Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Oscar Pereira da Silva e muitos outros artistas que fizeram história no Brasil. Além disso, o gigantesco acervo mescla tempos históricos e técnicas artísticas. Logo, não segue as clássicas narrativas lineares e cronológicas, com o intuito de fornecer novas perspectivas sobre a arte.

Aberta ao público em 2020, a exposição “Pinacoteca: Acervo” substituiu a mostra de longa duração anterior, “Arte no Brasil: uma história da Pinacoteca de São Paulo”, que ficou em cartaz entre 2011 e 2019 e foi reorganizada, ganhando novas obras, inclusive de artistas indígenas contemporâneos, como Jaider Esbell e Denilson Baniwa.

Exposições temporárias

Como exposição temporária em destaque, está a “Minha Língua” de Lenora de Barros, artista visual paulistana e um dos nomes mais emblemáticos da arte contemporânea brasileira. Nascida em 1953 e imersa na arte desde os anos 1970, foi influenciada pelo concretismo – movimento artístico e corrente literária, com origem no século XX, caracterizado pela objetividade e pelo trabalho experimental com o espaço, e que surgiu como um reflexo da realidade marcada pela racionalidade e pelo avanço tecnológico -, causado tanto pelo fato de ser filha do artista Geraldo de Barros quanto pelo seu interesse em poesia concreta.

Lenora em sua obra fala sobre o corpo e ele é, muitas vezes, feminino – já que é dessa condição que ela parte. Porém a artista não desenvolve um feminismo panfletário como se esperaria, mas sim de uma versão mais sutil e profunda do ser e estar no mundo como mulher.

A mostra, que fica em cartaz até 9 de abril, teve curadoria de Pollyana Quintella e conta com 40 obras – do começo de sua carreira como outras feitas exclusivamente para esta exibição – que nos levam a refletir e a discutir sobre as relações entre corpo e linguagem, desde fotografias e vídeos a instalações e performance.

Para a discussão, ela coloca a língua como foco, elemento complexo que pode ser muitas coisas ao mesmo tempo – idioma, músculo, órgão do aparelho digestório -, e pode realizar outras – lamber mastigar, sugar, erotizar, recitar poemas. Assim, Lenora leva os visitantes a entrarem nesta confusão mental de terem em si algo tão profundo, mas que recebe pouca atenção durante o dia, e até mesmo durante a vida.

Recomendamos ir com tempo para conseguir conferir a maior parte das salas e, no final da visita, tomar um lanche no Café Flor!

Confira alguns dos registros que fizemos na Pinacoteca

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