Desde o surgimento da internet, ou a Web 1.0., a vida e o cotidiano nunca mais foram os mesmos. A principio, ela servia como um canal de consulta, onde as pessoas apenas buscavam informações, que antes eram de difícil acesso. Mas com o aprimoramento das condições tecnológicas de processamento e acesso, ela evoluiu e inaugurou a Web 2.0., isto é, a web participativa, das mídias sociais colaborativas, das redes sociais e do conteúdo produzido pelos próprios internautas. Se consolidando como um canal de expressão, socialização e de relacionamento, mediado pelo computador.
O que é Web 3.0?
Hoje, o mundo começa a viver a transição para a Web 3.0. ou Web Inteligente – a internet descentralizada que coloca a comunidade no controle de tudo e que promete restabelecer a dinâmica de poder entre usuários e plataformas. Assim, essa tecnologia pode, e certamente irá, redefinir a mídia como conhecemos.
Seu objetivo é trazer uma nova era para a internet, sendo mais descentralizada, menos dependente de big techs e outras empresas por trás, oferecendo mais controle de informações, dados e conteúdos aos usuários, fazendo cada um consumir e compartilhar apenas o que deseja, tendo maior relevância para uma privacidade.
Os princípios que regem essa nova era são a Descentralização – os dados e as informações não são de total propriedade das plataformas e sim das pessoas -, a Confiança – os usuários podem interagir direta e abertamente sem passar necessariamente por intermediários, confiando também no uso do blockchain, que permite uma relação mais segura e sem a dependência de grandes empresas – e por fim, a Inteligência Artificial e o Machine Learning – com uso cada vez mais frequente, contribuem para que a internet e os seus recursos sejam cada vez mais rápidos, eficientes, personalizáveis e relevantes, possibilitando até mesmo a chegada permanente de um universo tridimensional como o metaverso.
Há quem diga que a Web 3.0. não passa de uma jogada de marketing, mas acreditamos que esse seja apenas o começo de algo que ainda levará tempo para se desenvolver totalmente, já tendo, porém, muitos de seus principais conceitos aplicados e garantindo grande destaque na atualidade, como a realidade aumentada, que já falamos por aqui, mas vamos conferir alguns exemplos atuais?
Veja Exemplos de Web 3.0
AVATARES:
A economia dos avatares está crescendo a cada dia mais, uma vez que plataformas como o Snapchat ou o Instagram já possibilitam os usuários a criarem avatares personalizados e utilizá-los para reagir a stories, por exemplo. Com a nova geração passando cada vez mais tempo online, os avatares se farão necessários para interagir futuramente em plataformas tridimensionais.
Porém, podemos ir além disso. À medida que a tecnologia avança, não é mais irreal a possibilidade de uma celebridade licenciar seu avatar para uma campanha. Os benefícios? Além de nunca envelhecerem, os avatares podem estar em diversos lugares ao mesmo tempo, não precisam viajar e jamais ficam doentes. A própria Sabrina Sato, que lançou Satiko – um misto de avatar da artista com uma figura dotada de personalidade própria – em 2021, afirmou que viverá experiencias que a própria Sabrina não tem tempo de viver.
Temos também a Lu do Magalu, que já se consolidou como a maior influencer virtual do mundo, e que estampou a capa da Elle View de março. No editorial, Lu vestiu peças de grandes grifes, como Gucci e Moschino, além de ter dado uma entrevista para a revista.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
Para além de suas diversas utilidades, a inteligência artificial possibilita a criação de imagens extremamente realistas. Você já deve ter se deparado com algum post em seu Instagram de uma peça viralizada feita por designers através de IA, como ideias para o tênis da collab entre Nike e Tiffany, ou acessórios para a Nike x Jacquemus. A partir dessa tecnologia, veremos cada vez mais looks inovadores e disruptivos, uma vez que os designers terão novas maneiras de usar sua criatividade.
Você também deve ter visto a imagem do Papa Francisco utilizando uma jaqueta puffer oversized branca, que ao ser liberada na internet se espalhou rapidamente, sendo divulgada através de portais de notícias como uma foto verdadeira, quando na verdade se tratava de uma imagem gerada por inteligência artificial, feita por Pablo Xavier, que faz trabalhos artísticos com a tecnologia.
Estes exemplos são apenas o começo de como a moda será afetada pela IA, nos deixando a reflexão sobre um futuro nebuloso na área, além de abrir espaço para questionamentos sobre disseminação de falsas imagens e informações.
MACHINE LEARNING:
O Machine Learning (ML) pode ser traduzido como “aprendizado de máquina” e é um subcampo da inteligência artificial que funciona ensinando máquinas a aprender a partir de dados e algoritmos, como exemplo de seu uso temos o famoso e comentado Chat GPT – ferramenta que gera conteúdos escritos sobre basicamente qualquer tema -, que recebeu um treinamento via aprendizagem de máquina para melhorar as respostas da IA. Ou então, podemos falar do Spotify ou Netflix, que utiliza a ferramenta para proporcionar a personalização, aprimorando constantemente os algoritmos de recomendação.
E ainda, o ML está se tornando uma das técnicas mais usadas na indústria da moda para previsão de tendências. Com base em um algoritmo de estilo, tendência e sazonalidade, a previsão de moda orientada por machine learning utiliza big data e análise preditiva para estimar vendas, análise de clientes e demanda futura de novos produtos. Essas previsões baseadas em ML são ajustadas em tempo real para garantir um planejamento e compra de coleção precisos.
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O conceito Web 3.0 traz à tona diversos questionamentos e nessa matéria falamos apenas sobre o que está na superfície de tudo isso, ainda existem muitos temas a serem debatidos e também descobertos.
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