Muitos são os motivos que impulsionam o mercado de revenda, mas podemos colocar em primeiro lugar a preocupação ambiental. Não é novidade que a indústria da moda é poluente e com a popularização do modelo fast-fashion, a quantidade de peças que existem e que são produzidas diariamente é gigantesca. Por isso, cada vez mais, o consumidor vem se conscientizando. Ao optar por itens usados, além de satisfazer os desejos em adicionar uma peça no armário, também contribui com a circularidade – evitando o acúmulo de resíduos têxteis em grandes lixões, por exemplo.
De acordo com um relatório da thredUP – e-commerce gigante de revenda nos EUA -, esse mercado deve crescer 127% até 2026. O relatório também traz outro dado significativo. Cerca de 72% do público estadunidense se orgulha em comprar e dizer que sua peça é de segunda mão. No Brasil, essa movimentação também está acontecendo, apontando para uma valorização desse mercado. Segundo um relatório do Sebrae, houve um aumento de 48,58% na abertura de brechós em 2020 e 2021. Por isso, é importante para os varejistas acompanhar esse crescimento, já que pode ser um setor lucrativo.
Separamos dados e novidades que estão movimentando o mercado de segunda mão. Confira:
Novos hábitos de consumo geracionais
A Geração Z vem transformando muitos hábitos de consumo. Estudos já revelaram que essa geração tem uma preocupação maior com o meio ambiente, mas também possuem um desejo em ser autênticos. A união dessas preferências faz com que os brechós sejam valorizados por esse público. Além disso, a experiência proporcionada também os movimenta. De acordo com um estudo da Depop e Bain & Company, 75% desse grupo quer reduzir seu consumo de roupas sem abrir mão de uma identidade autêntica. Por isso, os brechós se tornam o lugar ideal para garimpar peças exclusivas.
Marcas de luxo no mercado de usados
Grifes de prestígio também já visualizaram a potência desse mercado. Enquanto marcas como a Burberry e Stella McCartney fecharam parcerias com lojas de consignação – que alugam itens de luxo por alguns dias -, a Gucci criou em 2021 uma plataforma virtual para comercializar itens antigos e customizados pela equipe criativa, dando uma cara nova à peças, acessórios e até objetos decorativos. É um demonstrativo para as marcas visualizarem novas possibilidades no varejo.
Parcerias para impulsionar o setor
Os e-commerces de revenda já se mostraram muito populares e lucrativos, chamando atenção de grandes redes e marcas populares de roupas. Um exemplo é a Trove, empresa líder em tecnologia de revenda nos EUA, que fez parceria com diversas marcas fazendo-as entrarem no mercado de revenda, como a Levi’s. A famosa Macy’s, rede de lojas de departamento, inseriu produtos de segunda mão em 40 de suas lojas de varejo, em parceria com outra plataforma de revenda, a thredUP. Aqui no Brasil, o Grupo Arezzo&Co fez aquisição do brechó online TROC, e recentemente anunciou que a plataforma vai começar a comercializar produtos de luxo de segunda mão.